Wednesday, May 17, 2006

Factores de Promoção do Sucesso Escolar

A Fundação Calouste Gulbenkian apoia, desde há alguns anos, a pesquisa educativa no nosso país, através da atribuição de subsídios a equipas e/ou Instituições que têm apresentado projectos inovadores na área da educação.
Desde 2005, o concurso passou a ter um objectivo concreto dentro de uma área temática considerada prioritária para o enquadramento das questões educativas em Portugal.

Nesta conformidade, o Serviço de Educação e Bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian, apreciará no corrente ano propostas de projectos de investigação subordinados ao tema “Factores de Promoção do Sucesso Escolar”.

Este programa destina-se a promover projectos de investigação que visam a identificação e o estudo de casos de sucesso, em escolas do ensino não superior. A definição de “sucesso” deverá fazer parte do próprio projecto de investigação a preparar pelas equipas concorrentes a este concurso da Fundação Calouste Gulbenkian.

Com este projecto pretende-se, igualmente, contribuir para a caracterização de situações que se vivem nas escolas e nas diferentes comunidades no que se refere ao “sucesso escolar”, através da identificação dos factores que estão a montante deste sucesso e da descrição dos casos de boas práticas que tenham sido seleccionados para o efeito.

As propostas deverão ser apresentadas por:

- Instituições educativas, designadamente Faculdades, Institutos ou Escolas de ensino superior;
- Investigadores e/ou equipas de profissionais com idoneidade e experiência relevantes, desde que enquadrados institucionalmente;
- Institutos e Centros de investigação.


O Boletim de Candidatura deverá ser preenchido na página:
http://www1.gulbenkian.pt/formpdf/Formularios/SEB07P.pdf podendo as propostas ser remetidas, até 30 de Junho de 2006, por:
- correio, e sob registo, para Serviço de Educação e Bolsas - Fundação Calouste Gulbenkian, Av. Berna 45 A, 1067-001 Lisboa;
- fax: 21 782 3048;
- e-mail: educa@gulbenkian.pt

Independentemente da forma de envio das propostas, o Boletim de Candidatura terá sempre que ser preenchido na página mencionada no ponto 12, até ao prazo limite fixado. Toda a documentação a anexar ao Boletim de Candidatura poderá ser enviada para o e-mail referido no ponto anterior, com o formato PDF, JPG ou Word e com o tamanho máximo recomendável de 5 MB.
No assunto deverá referir-se “SEB 07”.

Estratégia de Lisboa....

Estratégia de Lisboa não é utopia, diz Maria João Rodrigues

A conselheira da Comissão Europeia Maria João Rodrigues defendeu na terça-feira que a Estratégia de Lisboa, elaborada para encontrar um modelo de desenvolvimento sustentável para a União Europeia, não é fácil de concretizar mas não é uma utopia.




«Todos temos consciência de que não é fácil concretizar a Agenda de Lisboa, mas não se trata de uma utopia, trata-se de um projecto concretizável, como hoje vemos em certos países e regiões que já foram mais longe nessa concretização e, por isso, já estão a retirar benefícios em termos de crescimento e de criação de mais e melhores empregos», sustentou.

Também conhecida como «a Senhora Lisboa», Maria João Rodrigues, artífice da Agenda de Lisboa, definida em 2000, durante a presidência portuguesa da União Europeia, e renovada em 2005, falava no lançamento de mais um número da revista bianual «Europa: Novas Fronteiras», para a qual escreveu um artigo, no Centro de Informação Europeia Jacques Delors, em Lisboa.

«[A agenda de Lisboa é] a busca de um modelo de desenvolvimento que seja capaz de abrir perspectivas de crescimento e emprego apostando no conhecimento, na qualificação das pessoas e conseguindo garantir o equilíbrio entre aquilo a que chamamos o económico, o social e o ambiental. É exactamente isso que está por trás do conceito de desenvolvimento sustentável», frisou.

Nas «vésperas» de uma nova presidência portuguesa da UE, a presidente do Conselho das Ciências Sociais da Comissão Europeia considerou ser altura de fazer um curto balanço do que já foi feito e esclarecer algumas ideias erradas que circulam sobre a Estratégia de Lisboa.

«O chamado objectivo da Agenda de Lisboa não é, contrariamente ao que muitas vezes é divulgado, tornar a economia europeia a economia mais competitiva do mundo. Essa é a versão vulgarizada do objectivo», afirmou.

«Se lerem as conclusões da cimeira de 2000, vão ver que é uma frase um pouco mais longa e que lá está também a ideia de crescimento e emprego, de coesão social e de preservação do ambiente. A Agenda de Lisboa procura combinar isto e é por isso que a Europa pode fazer melhor do que outras regiões no mundo (...) Estamos a falar da via europeia para uma economia baseada no conhecimento», sublinhou.

Quanto ao balanço dos resultados, Maria João Rodrigues considera que «passados estes anos, a grande verdade é que há hoje grandes diferenças entre regiões e países e há uns que estão a avançar mais depressa do que outros».

«É bom que retiremos lições disso», observou.

O professor universitário José Amado da Silva, outro dos intervenientes na sessão de lançamento da revista, defendeu, por seu lado, que «o problema central da Europa é um problema de dignidade», que o modelo de desenvolvimento vigente retira a dignidade aos cidadãos ao retirar-lhes o emprego, tendo colocado a questão «pode haver cidadania quando se é desempregado de longa duração?».

Depressa concluiu que a cidadania passa pela procura do emprego e que «o crescimento é necessário para o emprego, mas não assegura o emprego».

O coordenador nacional da Estratégia de Lisboa e da implementação do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho, apontou várias dificuldades à aplicação daquele projecto, argumentando que «se trata de uma estratégia baseada na inovação, na flexibilidade, na competitividade que procura sobreviver num contexto institucional muito rígido» e «com uma estratégia de comunicação pouco consistente e que funciona por impulsos».

Carlos Zorrinho considerou que existem «alguns riscos e ameaças globais» em relação à Estratégia de Lisboa, como o facto de «poder surgir como bode expiatório de outros impasses», «de se procurar fazer avaliações conjunturais de estratégias que, pela sua natureza, são estruturais».

«Tenho algum receio de alguns modelos tecnocráticos de acompanhamento, de implementação, de avaliação. Julgo que temos sempre de contextualizar, temos de avaliar sobretudo tendências, não tanto resultados brutos ou resultados absolutos, e temos de ser capazes de transmitir confiança», sustentou.

«Ao transmitirmos incapacidade de conseguir, a dúvida permanente em relação a conseguir, num contexto de gestão de expectativas, contribui muito para que não se consiga. O problema de fundo é que não é fácil conseguir aquilo que nós queremos, não é fácil tornar a Europa mais competitiva mas dentro do seu modelo, sustentável dentro do seu modelo», prosseguiu.

Segundo Carlos Zorrinho, para alcançar esse objectivo, é necessário o envolvimento dos cidadãos e não passar a mensagem de que é impossível, porque esse «é um bom álibi para não nos envolvermos».

Para o responsável, «existe pouco a fazer do ponto de vista conceptual, mas muito a fazer em matéria de aplicação» para cumprir o sonho dos fundadores da construção europeia, «que era um sonho de dignidade, desenvolvimento e progresso».

Tuesday, May 16, 2006

Prémio EDUCARE - Inscrições Abertas

Prémio Educare tem inscrições abertas


Prémio envolverá as principais entidades setoriais


Publicado em 20/04/2006 - 14:43




O setor educacional no Brasil movimenta anualmente R$ 120 bilhões, o que representa cerca de 6,1% do PIB. Um volume de investimento superior ao dos setores de telecomunicação e energia, juntos. Para valorizar as melhores práticas deste mercado está sendo lançado hoje o Educare - Prêmio Nacional de Excelência na Educação (www.premioeducare.com.br), uma realização da Trama Comunicação com organização da Garrido Marketing.

O Educare é fruto de um projeto totalmente inédito e baseado em pesquisas de mercado. Tem amplitude nacional e é dirigido a instituições de ensino, empresas, fundações, ONGs, Oscips e profissionais que contribuem para o desenvolvimento da educação no Brasil.

Trata-se de um Prêmio inovador, tanto por sua abrangência quanto por sua concepção: envolverá os educadores por meio do voto direto e as principais entidades setoriais, a partir da indicação dos jurados. “É o único do mercado que reunirá cases dos mais diversos setores ligados à educação pública e privada, em todos os níveis”, destaca Iracema Guisoni, diretora de novos negócios da Trama Comunicação.

De acordo com os organizadores, os objetivos do Prêmio são: fomentar a divulgação de Casos de Sucesso que contribuem com o desenvolvimento da educação de qualidade; destacar e dar visibilidade a organizações e a profissionais que contribuem decisivamente com a criação e o investimento em projetos educacionais; e mobilizar o setor educacional para a geração e multiplicação de iniciativas semelhantes às apresentadas nos Cases de Sucesso.

Inscrições estão abertas

As inscrições para o Educare já estão abertas e podem ser feitas pelo até 31 de julho mediante o preenchimento da ficha de inscrição disponível no site www.premioeducare.com.br. Poderão inscrever-se Instituições de Ensino públicas e privadas bem como organizações vinculadas ao setor educacional. Para estimular a participação de instituições públicas, os valores de inscrição são diferenciados. Os organizadores garantem desconto para inscrições efetuadas até 31 de maio.

Os Casos inscritos serão agrupados por categoria, e cada conjunto, assim constituído, será julgado por três profissionais renomados no setor de educação. O Educare contará com a presença de um auditor independente. A festa de entrega do Educare está prevista para 11 de novembro.

Categorias do Educare

1. Excelência na Educação
2. Projeto Didático
3. Educação Corporativa
4. Novas Modalidades de Ensino
5. Tecnologia Aplicada à Educação
6. Cidadania na Educação
7. Gestão Educacional
8. Pesquisa e Desenvolvimento na Educação
9. Comunicação
10. Educador do Ano

Categoria Educador do Ano terá voto aberto

O título de Educador do Ano será definido em duas fases, pelo voto aberto, por meio do site www.premioeducare.com.br. A primeira etapa será de indicação de nomes. A segunda elegerá o Educador do Ano a partir de uma cédula virtual com os cinco nomes mais indicados. O resultado final será divulgado apenas no dia do evento de premiação.

Monday, May 15, 2006

Exames do Secundário - Alunos com Dislexia

Prof.ª Doutora HELENA SERRA FERNANDES
Psicopedagogia Especial

Adaptação das Condições de Avaliação dos alunos disléxicos
Exames de 2005-06
Considerando:
1- Que em geral os alunos disléxicos, apresentam distúrbios de lateralização o que reflecte um funcionamento neurológico atípico, com o qual se relaciona uma significativa diminuição de competências em algumas áreas que constituem pré-requisito da leitura-escrita (ex: a linguagem, em termos de compreensão e/ou expressão; e/ou a interiorização do esquema corporal, o reconhecimento lateral, a orientação espacio-temporal; e/ou a percepção e memória auditiva e/ou visual, a consciência fonológica e/ou rítmica, a motricidade ampla e/ou fina) (problemas que divergem de caso para caso).

2- Que essas áreas instrumentais por se apresentarem fracas perturbam a capacidade leitora, atingindo estes alunos performances muito inferiores ao que seria de esperar, face à sua capacidade intelectual e ao esforço que dispendem, podendo:
. necessitar de ler duas e mais vezes os textos, quer quando fazem leitura silenciosa, quer oral, para conseguir colher a informação neles contida, o que implica necessidade de mais tempo para efectuarem as tarefas propostas;
. tornar-se incapazes de assumir ler em voz alta perante alguém, dadas as hesitações/alterações, a arritmia, a falta de expressão;
. ficar, ao ler em voz alta, tão preocupados com a decifração/descodificação que são incapazes de atender, simultaneamente, ao significado das palavras e frases, portanto ao sentido implícito nos textos;

3- Que se trata, em geral, de alunos muito esforçados e aplicados, que investem muito tempo no estudo, sem restar espaço para o lazer (só não acontece quando a auto-estima e as baixas expectativas atingiram níveis muito inferiores, preferindo a desistência à luta); são alunos sem tempo para brincadeiras, jogos, desportos ou outras actividades extra-curriculares.

4- Que devido a tão grandes esforços e também porque, em geral, revelam elevada criatividade em algum ou alguns domínios, podendo atingir em algumas disciplinas resultados escolares de nível satisfatório ou bom;

5- Que face às dificuldades destes alunos em leitura (na descodificação e na compreensão ou só numa delas) e também, em geral, na expressão escrita (alterações no plano ortográfico e/ou morfo-sintáctico e semântico) os encarregados de educação sentem que o filho tem “problemas” que não sabem explicar, mas, por desconhecimento, não sabendo que se trata de D.E.A. (dislexia/disortografia e/ou disgrafia e/ou discalculia), não recorrem atempadamente a serviços especializados para avaliação compreensiva e tratamento (que aliás não são bastantes em certas zonas do país);

6- Que são os encarregados de educação que, sentindo que o aluno “não tem controle” sobre os aspectos em que falha, que o impedem de alcançar melhores resultados, o passam a apoiar no estudo em geral e na preparação para os testes, devendo-se grande parte do produto final obtido, ao acompanhamento e esforço da família, a par com eles.

7- Que a Escola, na grande maioria das situações, também tem desconhecido este tipo de manifestações, referenciando os alunos como “desmotivados”, distraídos”, etc.;

8- Que, muitas vezes, é já no ensino secundário (onde as dificuldades se tornam mais gravosas face às exigências colocadas) que, tanto os encarregados de educação como os professores, assumem “lutar” por uma avaliação-diagnóstico, esforçando-se por obter uma explicação para tais dificuldades e a orientação que lhes permita ajudar o filho ou aluno;

9- Que, actualmente, já “n” alunos beneficiam, na escola básica, de adaptação das condições de avaliação (porque nos últimos anos se tem vindo a conseguir alertar para esta problemática muitas escolas e professores... tem sido um processo lento na sua operacionalização no terreno), o que ainda não sucedia quando os actuais alunos do 11º e 12.º ano frequentavam o ensino básico;

10- Que foi o próprio sistema educativo que lhe permitiu transitar de ano com várias negativas (no caso dos alunos disléxicos em geral são as línguas), não havendo real necessidade de dar início a um “processo formal” para se preverem as adaptações a fazer no seu caso.

11- Aliás, o facto de o 319/91 se destinar, quase no todo do seu articulado, a prever medidas a aplicar a “alunos com deficiência”, tornou-o como que “proibitivo” ou pelo menos instrumento “non grato” para o caso destes alunos, pelas conotações que a escola (os docentes e os outros discentes) farão quando se aplica. Isto é, muitos alunos e famílias não quiseram invocar e recorrer a tal legislação para que não ficasse “o rótulo” que arrasta consigo, em sede de senso comum (aliás muitos alunos não querem sequer ir a uma gabinete de “psicólogo”, ou de “ensino especial” nas escolas que frequentam, pelas ilações que se fazem a partir daí).

12- Por outro lado, na disciplina de português, no ensino básico, o nível de exigência é muito menor que no ensino secundário, tornando-se o atraso na leitura-escrita, muito mais evidente neste nível.

Estes alunos têm efectivamente necessidades educativas específicas e se não são em devido tempo identificados e não beneficiam de intervenção diferenciada, a falha é da própria escola. No sistema, os que resistem, tornam-se uns “sobreviventes”: são indevidamente interpretados, incompreendidos, não apoiados, desmerecidos, às vezes “negativamente marcados” pelos contextos educativos, julgados de atrasados, “amachucados” na sua auto-imagem. No entanto são cidadãos de pleno direito. A escola deve-lhe o “cuidado” com a sua diferença (descobrir/acolher a sua criatividade, compreender/saber avaliar/intervir para diminuir a sua dificuldade, respeitá-lo).

Face ao que aqui expomos, revela-se gravemente injusta qualquer medida que venha retirar direitos aos alunos disléxicos.
Em nosso entender, o facto de alguns alunos só terem iniciado no ensino secundário o processo que lhe permitiu beneficiar de condições especiais de avaliação, julgamos poder imputar-se à falta de condições que se verificam na Escola (falta de conhecimento sobre a problemática, falta de uma cultura da diferença e sua aceitação, falta de meios para atempadamente se fazer a sinalização, identificação e intervenção específica), não devendo os alunos disléxicos em geral, ser penalizados, como este ano foi determinado.

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